sábado, 19 de junho de 2010

José Saramago

Estas foram as ultimas palavras que Saramago escreveu.
 
 
"Pensar, pensar
18 de junho
Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, metodo de reflexao, que pode nao ter um objectivo determinado, como a ciencia, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexao, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma."

Não há comentário possível, apenas reflexão...
cleuza

segunda-feira, 7 de junho de 2010

9º Sarau da família Araujo

Dia 5 de junho de 2010 - noite memorável - o teclado de Eliana Campaner, o violino de Miltinho e o violão de Demétrio Espinosa - simplesmente maravilhoso, tocante... Uma noite sem igual. Obrigada a todos pela magnífica participação.

Poemas declamados nesta noite:

O Processo


Autora: Ely Vieitz

Declamado por: Cleuza Maria Araujo



Deram-me um presente falso ao nascer

Liberdade sempre posta a ferros

Caminhos sem mapas, pantanosos

Ínvios desvios perigosos

Em abismos terminados.



Ao crescer vi não podia trazer

O rosto nu, o coração aberto

A hipocrisia rondava perto

Usavam-se máscaras grudadas à cara

Tentando cumprir o papel dito e certo.



Prometeram-me sonhos, a vida, rica em Tebas

De áureas portas, rubros tapetes dos ideais

Concretizados, homens amados, fiéis,

Doces, sem jamais o veneno da traição.



Amargura ao saber (quando?) que a vítima

Não fora eu, mas todos da humana condição.

Se criados pretensamente livres, fadados à perfeição

Quem roubara a fórmula e a deteriorou

De tal maneira degradou, como asas quebradas

Ninhos vazios, abismos, impasses, proibições,

Maldições alçadas a uma escada de Jacó às avessas?

Futuro efêmero, de sentido oblíquo, jamais reto

Perigo quando no fio da navalha se anda, condenação sem veto

Final sempre trágico, incongruente, absurdo

Diante de um juiz mudo, indiferente, surdo.

Tal é o destino do homem, nascido para rei,

Por cruel carrasco executado, saindo de cena

Sempre infeliz, falho, inteiramente desinformado.



Eu, tu não somos a cruel exceção

Mas regra dessa vil e insólita equação

Do pobre deus destronado, selado

Pela, dos homens, trágica condição.

 
INSTROPECÇÃO


Nicolas Guto

Declamada por Eliana Campaner



Reflita...

Sobre as besteiras que saem de uma boca

Comandada por uma cabeça aflita.

Reflita...

Sobre as besteiras que entram em uma cabeça

Desgovernada por uma boca que grita.



Deus me proteja da minha ingenuidade

Para que eu não me entregue tão fácil e totalmente aos outros.

Deus me preserve da minha agressividade

Para que eu não me torne mais ignorante aos poucos

E assim tenha a razão dos loucos.

Deus não me poupe a coragem

Para que eu possa enfrentar com humildade/dignidade

As regras desse mundo-jogo.




Poema 15 – Pablo Neruda


Declamado por Demétrio Espinosa



Me gustas cuando callas porque estás como ausente,

y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.

Parece que los ojos se te hubieran volado

y parece que um beso te cerrara la boca.



Como todas las cosas están llenas de mi alma

emerges de las cosas, llena del alma mia.

Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,

y te pareces a la palavra melancolia.



Me gustas cuando callas y estás como distante.

Y estás como quejándote, mariposa en arrulo.

Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:

déjame que me calle con el silencio tuyo.



Déjame que te hable también con tu silencio

claro como uma lámpara, simple como un anillo.

Eres como La noche, callada y constelada.

Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.



Me gustas cuando callas porque estás como ausente.

Distante y dolorosa como si hubieras muerto.

Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.
 
 
Poema para o meu segundo Anjo (in memorian de Edward, seu filho)


Escrito e declamado por Maria Rita da Silva

Quando chegaste pra mim

Só vi beleza infinda

Quanto te lembro agora

É tudo que vejo ainda.



Beleza na alegria de viver

Na pureza do sentir

No prazer do servir

E na força do querer.



Beleza dos teus olhos verdes

Inocentes, vivos e transparentes,

Mostrando a grandeza do ser.



És um Anjo, sempre foi

Agora eu sei, afinal, que tua beleza infinda

É beleza angelical, de alma imortal.


O Professor Divino Aizza declamou uma poesia de autoria própria que fez em homenagem a sua esposa Jocélia, lindo demais. Posteriormente, será publicada.
Obrigada a todos pelo sucesso que foi o Sarau, às pessoas que não declamam, mas participam com sua presença e comentários oportunos e ajudam abrilhantar a noite, o meu muito obrigada.

8º Sarau da Família Araújo

O 8º Sarau aconteceu no dia 13 de março de 2010, não postei absolutamente nada sobre o mesmo e não postarei.O tema foi "Beleza" - a noite estava quente e os corações tristes.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Nosso próximo sarau vem aí...

Pessoas queridas,
estou feliz com a participação antecipada de todos, ligando, enviando os poemas... Mais uma vez, muito obrigada e até dia 5.