quarta-feira, 1 de julho de 2009

Poema de circunstâncias

Onde estão os meus verdes?
Os meus azuis?
O arranha-céu comeu.
E ainda falam nos mastodontes, nos brontossauros,
nos tiranossauros,
Que mais sei eu...
Os verdadeiros monstros, os Papões, são eles, os arranha-céus!
Daqui
do fundo
de suas goelas,
só vemos o céu, estreitamente, através de suas empinadas
gargantas ressecas.
Para que lhes serviu beberem tanta luz?!
Defronte à janela onde trabalho
há uma grande árvore...
Mas, já estão gestando um monstro de permeio!
Sim, uma grande árvore... enquanto há verde,
Pastai, pastai, os olhos meus...
Uma grande árvore muito verde... Ah,
Todos os meus olhares são de adeus
Como um último olhar de um condenado.

Mário Quintana

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